segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sobras do blog Pequenos olhos Negros

Descoberta

Com 1(um) ano de idade descobri meio aos trancos que eu tinha equilíbrio e que ele me permitia ir da estante até o sofá sozinha.
Já aos 2 (dois) anos descobri o quanto era divertido lotar a boca de comida e depois jogar tudo para fora, de preferência sobre um outro prato que não o meu;
E assim as descobertas iam aparecendo ano a ano.
Aos 5 anos descobri que acordar cedo para ir para escolinha era chato para caramba, mas era muito gostoso o café que minha mãe preparava.
Aos 10(dez) anos descobri como era bom poder sair na calçada sozinha, e melhor ainda poder atravessar a rua.
Aos 15 (quinze) anos descobri que ser adolescente não é tão divertido quando dizem, existem conflitos e fantasmas que não entendemos onde surgem e nem sabemos como fazê-los ir embora.
Aos 20(vinte) anos descobri que havia perdido muito tempo na vida deixando as coisas para um momento mais adiante, descobri então o valor do imediatismo.
Aos 23 (vinte e três) anos descobri que perder a mãe é uma dor gigante e que ela causa a sensação de que tudo esta perdido, de que não há mais razões para viver.
Aos 24(vinte e quatro) anos descobri que estar grávida era algo gigante e mágico, que trazia consigo a paz, a calma, a felicidade.
Aos 25(vinte e cinco) anos, descobri que viver todos esses anos me trouxe muitas descobertas, experiências e lições, como a de que de perder um filho é a maior dor que uma mãe pode sentir, que para amar é preciso fechar os olhos e os ouvidos e aceitar que o amor é cego, surdo, burro e louco, e descobri que ser enganada dói, que perdoar é maravilhoso, que esquecer é possível, recomeçar também, e que o amor sem respeito é nada, que a amizade é tudo...e de que tudo isso não é nada se eu não souber o que fazer com os resultados que essas descobertas trouxerem.
Aprendi que amar não é suficiente, que calar não basta, e que as pessoas nunca mudam, nem pelo amor, nem pela dor e muito menos pelo que eu possa representar na vida delas.
Descobri que a vida não acaba ou começa aos 25, que mágoas e dores são imprevisíveis e que nunca, nunca mesmo, nem por intuição saberei quando e o quanto as pessoas estão mentindo para mim, e a única coisa que poderei fazer é continuar amando ou esquecer, ou o fato ou a pessoa.
Vivendo a gente vai descobrindo que só as pessoas que amamos podem nos ferir, e que elas não fazem idéia do tamanho e da força da dor que causam na gente.
Descobri que essas coisas todas são mínimas diante da felicidade que trago em mim.
O importante...nunca canso de descobrir....

2 comentários:

  1. Eita texto bonito sô!
    Vc lida tão bem com as palavras Fer, e qdo se deixa levar pelo texto fica melhor ainda!

    Adoro esses textos seus, vividos, sentidos, experimentados! Tem cara de vida real e me sinto mais próxima de vc...

    Beijo imenso!!

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  2. Essa semana resolvi deletar o blog Pequeno Olhos Negros, dei uam geral nele, e ele é 99% tristeza, mas ainda existem coisas nele q refletem o que quero dizer agora, e é o q estou fazendo.
    As pessoas me julgam muito, me tacham muito de fechada, seria, como se eu fosse uma barreira instransponivel, estou somente mostrando a elas, q não sou uma barreira, qto mais intransponivel.
    Sinto, choro, sorrio (apesar de não parecer) sorrio muito, e vivo de uma forma bem particular minhas dores.
    Vc se sente proxima, talvez pelo fato de vc ser parte de cada momento, de cada instante, como um guia de luz, q esta sempre ali pra me fortalecer.
    Bjus

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