sábado, 29 de outubro de 2011

Minha heroína

 

Criança adquire com facilidade diversas personalidades, e as vezes fica muito difícil saber quem acordou dentro de casa, e com a Vitoria não seria diferente, ontem a noite se despediu como Vitoria, e hoje de manha chamei pelo nome e ela não me respondeu, ai perguntei, você não esta ouvindo a mamãe e fui espiar o que ela fazia tão cedo no corredor, ai começa meu suplicio.

- Vitorinha você não esta ouvindo a mamãe chamar?

* Eu não sou a Vitoria.

- E quem é você então? Tira esse lençol das costas!

* Eu sou  a princesa que voa, e esse é minha asa de voar não é lençol. (como eu não notei isso antes?)

- Esta bem, mas guarda sua asa, depois que você tomar banho você pega a sua asa.

* Não pode tirar como eu vou voar?

- Você para de voar um pouco e depois volta a voar ué.

* Mas eu sou princesa borboleta, brigo com o bichão para ele não pegar você.

Ai depois desse argumento deixei Vitoria passar boa parte do dia com um lençol nas costas me protegendo, e olha que ela levou isso a serio, e todo mundo que tentava se aproximar de mim, ela vinha e me protegia, dando um certeiro chute na canela de quem se aproximava.

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Tirando a parte do chute na canela que ai eu não gostei, adorei a sensação de estar protegida, sem contar, que eu tinha uma heroína em casa e nem sabia.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O tempo passa, o mundo evolui, e alguns homens simplesmente não saem do lugarzinho medíocre de sempre


Semana passada resolvi ir com minha filha a uma loja de calçados no Plaza Shopping Itu, Tima calçados, entrei, minha filha veio e me mostrou a sandália da Helo Kitty que vem com uma bolsa que ela tanto quer, aproveitei e dei uma olhadinha na vitrine de tênis, para poder aproveitar e comprar um tênis para mim também, cerca de 20 depois, estávamos lá ainda, invisíveis, uma adulta e uma criança, ambas negras e invisíveis numa loja onde vendedores passavam pela gente e nem nos olhavam, ai entra na loja uma moça alta, branca, cabelos claros preso num rabo de cavalo, e o vendedor que já tinha passado para lá e para cá na nossa frente, vira para essa mulher e diz: posso ajuda-lá em alguma coisa.
Espera ai, já passavam de vinte minutos que eu estava na loja, e ninguém se quer me olhou direito, ai me revoltei.
Avistei o gerente, fui com a minha filha bem perto dele e disse:
Filha vamos procurar outra loja para comprarmos nossos sapatos, ela me olhou com ar de triste já e perguntou por quê, ai eu desabafei:
Porque Vitoria, somos invisíveis, e a mamãe odeia fazer papel de invisível, nosso dinheiro não serve de nada aqui, ficamos esse tempão esperando para sermos atendidas, mas foi preciso entrar uma  mulher de cor de pele diferente para ser vista, essa loja não esta ao nosso nível.
Minha filha mesmo sem entender concordou em sair, e o gerente da loja permaneceu paralisado no mesmo lugar ouvindo tudo.
Eu podia jurar que a sociedade estava mais evoluída e instruída, mas não, existem uns poucos que gostam de fazer prejulgamentos por raça, aparência, religião, me enoja saber que ainda existam  pessoas com esta postura.
Resultado, minha filha ganhou o que queria, e a loja perdeu uma cliente, e assim como divulgo os elogios aos bons atendimentos, divulgo também os  atendimentos que deixam totalmente a desejar.
Pobres dos vendedores e do gerente que fizeram de mim e de minha filha seres inviáveis, não tenho raiva, mas pena, por serem seres tão pequenos e de valores tão $$$$ calculáveis.
E mantenho o que disse a minha filha, eles não estão no nosso nível, de esclarecimento, de sociabilidade e de cultura, por isso, não merecem nosso dinheiro!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

45 dias sem net…45 dias fascinantes

Graças ao meu roteador que resolveu pifar, e ao técnico q resolveu me dar diversos bolos e só hoje veio trocar meu equipamento, fiquei 45 dias sem internet, e quanta coisa boa aconteceu, de todas, o dia das crianças foi o mais emocionante de todos.
Aqui em casa o dia das crianças começou 1 semana antes da data comemorada, e a primeira coisa boa que aconteceu foi o acordo entre Vitorinha e eu, onde, cada brinquedo novo adquirido equivaleria a um brinquedo bom e não utilizado doado, assim minha filha ficou feliz e juntas fizemos outras crianças felizes.
Criança é o ser mais grato que existe, e não duvido disso de forma alguma, ainda mais quando minha filha me comprova isso a cada presente, a cada momento dividido.
Pedi desculpas para ela e disse que não teria dinheiro pra comprar o presente que ela me pediu, e pedi pra ela escolher outro presente, ela pensou, e me respondeu, posso trocar por um sorvete? (acrescento humildade as qualidades de uma criança), e eu respondi, pode, sorvete a mamãe pode comprar, levei ela na escola na promessa de que ao final da tarde compraria o sorvete, voltei pra casa, com o coração apertado pela mentirinha, peguei os pacotes dos presentes e escondi na casa da Tia Adriana.
Fui busca-lá na escola (ah, não era feriado, comecei a dar os presentes no dia 6…rsrsrs, não aguentei esperar), viemos conversando, comprei o sorvete, e ela veio pra casa feliz da vida com seu sorvete, bati na casa da minha irmã, e ela abriu um mega sorriso quando viu os embrulhos  bem de frente com a porta, me perguntou, de quem é? Quando eu respondi que era dela, ganhei um beijo e um sorriso, ai ela chamou a mim e a tia pra sentarmos para vê-lá abrir, ai vem a parte da criança ser o ser mais grato q conheço, abriu o primeiro presente e disse: mamãe, você comprou um carrão para mim, e assistiu pacientemente eu montar o carrinho dela, depois foi para o segundo pacote, pulou, sorriu, abraçou, beijou, tudo porque havia ganhado a piscina de bolinha que ela tanto queria.
Foi o dinheiro mais bem gasto de toda a minha vida, e do dia 6 ate o dia das crianças de fato, minha filha foi descobrindo um presentinho por dia, outros da mãe, da tia, e para a nossa total surpresa, do pai, e assim, filhota ganhou um monte brinquedos novos legais, e não se esqueceu de doar os que não brincava mais.IMG0301A
Meu dia das crianças foi magnifico, filhota feliz, distribuindo beijos, abraços e muito obrigado, e no final, fui eu quem ganhou o maior presente, quando no dia 12, depois de um dia cansativo de trabalho, voltei para casa e minha filha tinha rabiscado umas linhas em um papel, e veio me entregar, e disse, mamãe, desenhei um coração para você, escrevi o seu nome nele. De legível mesmo não havia nada no papel, mas foi tanto amor, que confesso, por uns instantes enxerguei o coração com meu nome escrito.
Quisera eu que todas as crianças do mundo, pudessem ter um dia, uma semana como tivemos, onde apesar dos presentes materias, o que mais foi ressaltado e valorizado, não podia ser tocado, apenas sentido.
Vi, obrigada anjo, por fazer feliz esse meu coração