quinta-feira, 31 de março de 2011

Erotização infantil e Pedofilia

Diariamente inumeras crianças são vitimas de violência sexual, física e psicológica no Brasil, sendo que na maioria dos casos o agressor faz parte do circulo de confiança da criança, cabe a nós pais auxiliarmos nossos filhos para se protegerem desse assédio.
A Erotização precoce das crianças contribui  e muito para que estas se tornem vitimas em potencial de um pedófilo, uma vez que estas já são estimuladas à sexualidade dentro de suas próprias casas.
Muitos pais acham bonito dizer que o filho de 2 ou 3 anos tem uma namoradinha, ensinam a criança a beijar na boca do "namoradinho (a)", e isso só contribui para anteciparmos algo desnecessário a vida da criança.
Tenho um amigo em particular(que resevo o direito de não falar o nome) que tem um casal de filhos gemeos, a menina ele protege como se fosse de cristal, já o menino, ele acha um máximo o menino torcer para o mesmo time dele, falar palavrão e chamar as mulheres de gostosas na rua, o estimulo a sexualidade da criança é tão grande, que o garoto que mal completou 3 anos de idade chega a ficar com a genitalia em riste, ou no bom português de pinto duro, e para ele isso é um máximo, é a confirmação de que o filho dele é macho.
Quanto engano! E quanto risco!
Afinal, qualquer pessoa que não seja nem ele, e nem a esposa dele, tem neste garoto um instrumento sexual, manipulável facilmente, uma vez que tem dentro de casa um alto estimulo sexual.
Conversando com amigos no trabalho perguntei pra eles, qual é o perfil de um pedófilo?
Cada um deu sua opinião, pobre, homem, viciado em internet, meia idade, e por ai a fora, aproveitei e dei a minha descrição: homem, bem sucedido, religioso, bem relacionado, casado, pai de família, militar aposentado do exercito, comerciante, ex coordenador de grupo de jovens, desligado de qualquer tipo de tecnologia (celular, internet), sério, e antes que eu pudesse dar mais caracteristicas, ouvi um, não viaja Fernanda, você não vê TV, não vê que as pedófilos são de outro jeito?
Pasmem, mas a minha descrição refere-se sim a um pedófilo, frio, calculista, que dentre outras coisas, fazia tortura psicológica com suas vítimas, e que nunca foi punido pelo seus atos.
Meu pai! Esta descrição é a descrição do meu pai, que por muito tempo manteve a posição de pai herói em meu coração, até vir a tona toda a sua bestialidade de comportamento.
Um homem acima de qualquer suspeita, tanto que muitas pessoas confiaram seus filhos a seus cuidados, frio, e calculista,a ponto de escolher a dedo quais seriam suas vitimas, sempre se protegendo no fato de que de alguma forma elas dependiam da caridade e auxilio dele.
Maior que a minha vergonha, só mesmo a minha indignação, pelo que ele fez e pelos motivos que tive que engolir para não terem denunciado ele antes, antes dele multiplicar suas vitimas, antes dele deixar marcas tão ruins em inúmeras crianças.
Depois da morte da minha mãe, quando ele reincidia na pedofilia ainda dentro da família, resolveram denuncia-lo, mas em uma tola consideração a memoria da minha mãe e a preservação da imagem minha e de minha irmã, resolveram pedir na justiça apenas uma pena alternativa, ele teria apenas que fazer um tratamento pscologico para corrigir o que chamaram de desvio de conduta, resultado: ele mais uma vez bateu no peito e repetiu que com ele ninguém podia, como sempre fazia quando era contrariado, foi uma ou duas vezes na psicóloga, jogou fora os remédios que ela passou, e tudo deu em nada.
Neste sentido me protejo muito e protejo muito a minha filha das pessoas e de comportamentos que possam transformar a minha filha numa vitima em potencial.
O único contato com sexualidade, se é que se pode chamar assim, que a minha filha teve foi quando ela fez uma descoberta magica, que alem de mãos, pés, etc, ela tinha uma periquita e um bumbum, no primeiro mês ela sempre dava um jeito de achar a periquita dela, hoje em dia já não esta nem ai.
De um jeito próprio pra idade dela, expliquei que ela não podia ficar colocando a mão lá, e que também ela não deveria deixar que outras pessoas o fizessem, resultado, fiquei uns três dias lutando pra conseguir trocar a fralda dela, mas ela dizia que ia trocar sozinha, depois acabou deixando que eu voltasse a trocar a fralda dela, mas o principal, minha filha diariamente faz um resumão do dia dela.
Apliquei em casa o habito de contar pra ela como tinha ido meu dia, assim, eu contava o meu e ela do jeitinho dela contava o dela, ate mesmo quando fazia uma traquinagem ela contava, e ao invés de eu brigar eu só explicava que ela não deveria mais fazer o que fez, e assim, eu fiquei sabendo que a minha sobrinha batia nela, que a Tia levava ela pra passear na igreja, que ela dormiu na casa do pai e que a tia( a namorada do pai) penteou o cabelo dela bem bonito, que ela mordeu o cachorro.
Onde quero chegar? No termo confiança!
Nosso filhos precisam também confiar em nós, ter a certeza de que podem nos contar tudo, sem que de resposta ganhem uma punição.
Muitas crianças vitimas de violência, seja ela de qualquer tipo, acaba não revelando por medo de ser punido pelos pais.
E pais, parem de tentar encontrar um estereótipo para o agressor, qq um tem perfil para ser agressor, e acreditem mais no que dizem seus filhos, conversem mais, dialoguem mais.
Antes de conhecer quem era o meu pai, eu nem dava muita bola para o assunto pedofilia, sabia o que era, já abominava, mas não expressava qq opinião sobre, hoje, opino, declaro, me exponho, dou a cara a tapa, na intenção de não mais permitir que o silencio, e principalmente o meu silencio, contribua para que novas vitimas, de velhos agressores venham a surgir.
Pais fica ai o meu recadinho, não a erotização infantil!

4 comentários:

  1. Fernanda, admiro sua coragem de postar essa história e acho um ato muito digno! Seu post certamente vai abrir os olhos de muita gente!

    Beijos!

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  2. Menina, Olha como a vida é!
    Entro no blog da Re e me arrepio comno post dela falando sobre vc!
    Aí entro aqui e leio esse depoimento incrível e bem escrito que aliás me identifiquei pois tive um TIO na família que vivia passando a mão e se esfregando em mim, no meu irmão e em outrsa crianças do bairro, mas minha mãe não tinha diálogo comigo e eu com 12 anos achava que era normal!

    Vc tá certíssima na sua conduta com sua filhota!

    Parabéns mamãe.
    Já estou te seguindo viu!

    Se quiser passar no meu blog vou adorar!

    Mamãe continue assim, sincera com ela sempre...

    www.ofabulosovestir.blogspot.com

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  3. Oi Re
    Este post ainda vai é me dar muita dor de cabeça, sérias dores de cabeça, mas se surtir o efeito que espero tera valido muito a pena.
    O maior problema as vezes deixa de ser o ato errado, e passa a ser o silencio de quem vê, sabe q é errado e não faz nada.
    Bjus

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  4. Sabe Aline, tenho muito medo de sufocar minha filha com meus cuidados, mas medo maior é o de alguem fazer mal a ela.
    Ha tempos estava afi de quebrar o silencio, não por mim q nunca sofri com nada desse tipo, mas pelas vitimas q sofreram e pelo q algumas delas me contaram.
    Precisava quebrar o silencio pela memoria de minah mãe, que morreu sufocada pelas canalhices que sabia e q por amor a mim e minha irma não quis contar.
    Obrigada pela visita.
    Ja andei pelo seu blog, aiai...ele é td de bom...e eu com certeza preciso de aulas intensivas de como me vestir bem.
    Bjus

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