sábado, 24 de novembro de 2012

Família Moderna

Fugir do tradicional em alguns casos pode sim  dar  certo.
Tenho muitos amigos que moram juntos sem serem casados e que levam uma vida muito mais digna do que alguns casais de certidão.
E tenho amigos casados no papel que também levam uma vida perfeita.
Cada um constituiu sua família de acordo com o que acha certo na vida, ou de acordo com as circunstancias.
A minha família é uma dessass famílias sem certidões, fora do politicamente correto, mas que tem de sobra algo que esta faltando em muitas famílias: amor, atenção, companheirismo.
Demorou, mas o pai da Vitória entendeu a importância da presença dele, e passou a ser mais ativo quanto ao seu papel de pai.
No entanto, mesmo vivendo a nossa vida sem nos metermos na vida de ninguém, somos alvo de línguas preconceituosas.
Quero que minha filha cresça se orgulhando da família que tem, porque somos parte de um pequeno grupo de família de pais separados cujo os pais não perdem tempo brigando e discutindo.
Somos diferentes sim, mas não pela constituição de nossa família, mas por compreendermos que o essencial é invisível aos olhos!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Como fica quem fica!?

Recordo-me como se fosse das inúmeras noites em claro que passei ao lado da minha mãe em conversas que pareciam não ter fim, e não tinham mesmo, duravam noites e noites, e só eram interrompidas quando o cansaço tomava conta da gente, preferíamos dormir após o horário do almoço.m
Para mim que sou espirita, esta sendo um exercício árduo e continuo compreender e aceitar a partida de minha mãe e de meus filhos, mais a da minha mãe, a dos meus filhos absorvi como um aprendizado, uma preparação para eu ser a mãe que sou hoje.
Mas a partida da minha mãe, esta para mim nunca deixou de ser um grande despropósito da vida, de Deus, da natureza, lamento muito pensar assim, mas também não consigo pensar diferente.
Tenho uma memoria curtíssima, esqueço coisas recentes, mas nunca irei me esquecer do dia em que perdi minha mãe.
Estamos todos nos preparando para sair, era dia 07 de julho de 2005, minha mãe tomou banho, fui cuidar de preparar  algo para ela comer e minha mãe foi ajuda-la a trocar de roupa. Ai em meio ao silencio o grito da minha irmã: MÃE, e meu pai foi atrás de mim, e pediu, socorre sua mãe, ela não esta passando bem.
Como se socorre alguém que se ama com a grandeza com a qual amo minha mãe? Horas e horas de cursos e treinamento, e a primeira vez que tenho q usar o que aprendi é com alguém que era parte de mim, de quem eu era uma pequena extensão.
Estranhamente comecei a repetir eu te amo, eu te amo, e a massagem cardíaca funcionou, mas por um tempo muito breve, ela voltou, olhou fixo nos meus olhos como se fosse me dizer algo, e eu nunca mais pude ver o tom de seus olhos.
Agora me diz, como fica quem fica? E não me venha com essa historia de superação, de que Deus não dá fardo maior do que podemos carregar. Quem disse que eu estou suportando o meu fardo? Quem?
A vida alivia o fardo de quem vai, mas não tem solução para o fardo de quem fica.
E como fico eu? e como fica quem fica?
Sem respostas de livros e teorias mirabolantes, me respondam, e como fica quem fica.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Você sabe o que é amizade?

Amizade é quando algo bom acontece na sua vida e você tem ao seu lado alguém que vibra com tanta intensidade que faz o momento muito mais especial do que de fato deveria ser.
Amizade é quando você está feliz e o sorriso maior que se vê é o que está ao seu lado.
Amizade e quando você realiza um sonho e a felicidade maior esta no coração da pessoa que esta ali ao seu lado te acompanhando.
Amizade é quando se possui a capacidade de amar as conquistas do outro, é a capacidade que se adquire em ser feliz e comemorar a felicidade do outro.
Amizade é quando o mundo desaba na sua cabeça, e antes mesmo de você pensar em pedir ajuda, ali esta um ombro para você chorar.
Amizade é o elo que une corações mesmo que eles estejam a milhas e milhas de distância.
Amizade é quando pessoas antes desconhecidas passam a ser família e a dividirem o amor em sua forma sublime.
Amizade é o que acontece entre Renatha, Fernanda, Juliana e Viviane .
Amizade é a construção mais sólida de um coração, e posso afirmar que a nossa construção está mais para uma fortaleza.
Quando penso em amor, é elas que surgem na minha mente.
Quando penso em companheirismo, é nelas que penso.
Quando penso em fidelidade, não consigo pensar em nada maior do que o que elas me oferecem.
Quando penso em família, daquelas que agregamos ao longo da vida, penso que formei a melhor de todas, pq elas são a família que Deus me reservou.














Quando penso em algo verdadeiro, intenso, duradouro, eterno, é no elo que construímos que penso.
Meninas, vocês são tudo de melhor, de ótimo que a vida poderia me reservar.
Amo com o que há de mais intenso em mim cada uma de vocês.
Vocês são a certeza de existem irmãos de sangue e irmãos de alma com total capacidade de construir elos indissolúveis.




sábado, 10 de novembro de 2012

Quase lá

Como muitos de vocês sabem, sou mãe, solteira e sozinha...e nada é tão difícil para uma mãe solteira e sozinha como encontrar equilíbrio entre a vida profissional e os cuidados com os filhos.
Vitória agora está com 3 anos, e como foram difíceis esses anos.
Nos primeiros 6 meses pós nascimento de Vitória vivemos no olho do furacão, eu desempregada, casa sem luz, água, comida, contando com ajuda de quem nos conhecia e de quem não nos conhecia.
R$100 reais de pensão para comprar fralda e leite para uma criança alergica a lactose, e quando entreou na fase da papinha tinha que dar para comprar frutas e legumes, e é claro que  não dava.
Recordo-me como se fosse da dor no coração com a qual vendi tudo o que tinha em casa: dvd, computador, camera fotografica, celular, video game, bicicleta, e quando não havia o que fazer, vendi todas as panelas de casa para um ferro velho, sacrificio que valeu a pena, foi o inicio da minha luta.
Depois até consegui um emprego, mas a escolha era dolorida, ou trabalhar ou estar com a filha, e deixei minha filha pequena aos cuidados de outra pessoa, deixava ela com a pessoa por volta das 8:00 da manhã e buscava lá pelas 22:00 horas, e passava o dia falando dela, com saudades, pensando nela. Emprego temporário, rua novamente, mas ai ja estava mais forte determinada a mudar minha historia.
Fui ser diarista na casa de uma Sra. muito boa que permitia que a Vitoria fosse trabalhar comigo todos os dias, lá Vitoria aprendeu a andar, falar e a chamar D. Therezinha de vó, este era o nome da minha patroa, com quem fiquei até que um dia recebi um telefonema do Hospital São Camilo e do supermercado Tenda, no mesmo dia, optei pelo São camilo, e era Deus agindo na minha vida.
Os meses foram se passando e fui me apaixonando pelo ambiente do São Camilo, e com o salário de lá honrei dividas, sustentei minha casa, realizei desejos de minha pequena e meus.
Dois anos depois apareceu uma nova oportunidade, em outra ramificação do São Camilo, e hoje estou eu na Cruzada Bandeirante São Camilo, lembrando dos tempos de dificuldade apenas como aprendizado, sem aflição, dor ou preocupação.
Me deram uma oportunidade e eu só tive que mostrar o meu trabalho e as oportunidades foram aparecendo, e eu fui aproveitando.
Dos sonhos que tive, das coisas que almejei, posso afirmar, estou quase lá. E cada lágrima que eu derramei, e cada suor que eu derramei, e cada tombo que eu levei, serão lembrados como lição, como aprendizado.
E se hoje eu cheguei ao primeiro degrau, devo isso as pessoas maravilhosas que Deus colocou no meu caminho para me ajudar.
Das falhas que cometi fica o arrependimento, e das conquistas que alcancei fica a lição: trabalhar sem cessar, evitar o óssio, usufruir do resultado dos sacrificios com sabedoria, trabalhar com ética e paixão, plantar sementes boas para garantir a qualidade dos frutos.
De onde quero chegar...estou quase lá!

O que vida da vida!

Até eu chegar a ser a mulher que sou hoje, passei por diversas etapas, algumas delas nem me dei conta, pois eu tinha olhos e ouvidos que viam e ouviam por mim, eu tinha uma especie de filtro, que só deixava chegar até mim aquilo que não podia me ferir, esse filtro chamava-se mãe.
Recordo-me como se fosse hoje do quão bela minha mãe fazia a vida parecer.
Domingo era dia de ir a missa, e era lei não repetir a roupa, então quando as combinações acabavam lá estávamos nós na loja comprando mais roupas, e o carinho com que minha mãe as escolhia.
Lembro-me das nossas idas a manicure a cabeleireira (gosto que eu de fato não adquiri), minha mãe sai mais bela do que nunca, e eu sempre saia de unha pintada..rs
Iamos ao supermercado todos os sábados, e ir ao supermercado era programa de família, íamos mamãe, papai, irmã e eu, depois de uns anos agregou-se ao passeio minha sobrinha.
Tudo era liberado, não conhecíamos os preços, conhecíamos nossos gostos, e o melhor disso eram as receitas que mamãe sempre preparava depois das idas ao mercado.
Sinto saudades da casa cheia, família reunida, primos, primas, amigos, e agregados, todos sempre bem vindos, fazendo a casa transbordar em alegria.
Até então eu vi a vida com cores vibrantes, com alegria constante, com uma paz contagiante.
Ai, em 6 de julho de 2006 as 15:00 tudo mudou.
O sorriso aberto e constante de minha mãe se transformou num semblante de medo e dor, e os seus olhos fixos em mim pareciam não compreender o que eu dizia: mãe eu te amo, eu te amo, eu te amo, e o brilho daqueles olhos que iluminavam a minha vida se apagaram para sempre, e toda aquela cor da vida se acinzentou.
E a vida tomou tons de preto e cinza.
E toda alegria e disposição que eu tinha em viver se esvaiu. E eu silenciei minha alegria, abafei meu riso, e morri um pouco junto com aquela que trazia alegria para a minha vida.
Mas a vida continuou, e a minha maneira eu segui em frente, colori a proprio punho as imagens em preto e branco, mas eu ainda tinha muito o que ver da vida.
Engravidei, vi meu filho Pedro nascer grande e bonito, e três dias depois enterrei, sem vida, sem beleza, e a vida novamente perdeu sabor.
Mas eu persisti, peguei minha aquarela e sai dando cor a tudo o que aparecia, ai veio Maria Luiza, e qaundo eu achei que o arco iris tinha aderido as cores que eu havia jogado nele, minha filha nasceu e faleceu sem que eu pudesse conhecê-la com vida.
Ai eu fui mais fundo, parei na frente de um espelho e disse, até quando Deus a vida terá esse borrão de cinza, e ele me mandou a vitória, a minha filha Vitória, que enche a minha vida de cor e alegria, que faz eu querer lutar dia após dia de forma incansável, como se minha energia se recarregasse quase que automaticamente.
Ai passei a ver a vida sem cansaço, com uma sede absurda de vencer as diversidades, de vencer os meus limites, de tornar-me alguém cada vez melhor, maior dentro de mim mesma.
E passei a ver a vida em tons coloridos porém transparentes em 50%, pois não há um só dia que a morte daqueles que tanto amo não me doa e não me faça chorar.
Vi a vida em todas as cores possíveis, e não sem dor, aprendi que até nos tons de cinza, há algo bom subentendido, pois tornei-me uma pessoa melhor talvez não pelas vitórias, mas sim pelas derrotas que tive na vida.
Hoje vejo a vida sem os pés nas nuvens da minha infância, e também sem o peso da dor que sofri na vida adulta, vejo a vida como um mar de possibilidades, no qual cabe a mim aprender a navegar.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A saudades fala através de mim

Mãe, sua benção!

Queria ter a sua receita de fazer as coisas darem certo. Com você por aqui tudo parecia tão fácil.
Como estão fazendo falta aquelas nossas conversas de madrugada, o abraço apertado, o beijo  estalado, seu cheiro, sua pele.
A impressão que tenho mãe, é a de que nunca vou acertar, de que nunca vou conseguir por as coisas no lugar.
Recordo do passado e lembro da forma com que você conduzia as coisas, cuidava da casa, cuidava de nós, com uma paciencia invejavel, com o orgulho de quem nasceu para a vida em familia.
Mãe, o que é isso que aperta meu peito e tira meu ar?
O que é essa dor que me paralisa?
Por quanto tempo mais esta dor vai doer assim de machucar ?
Te amo mãe, infinitamente.