terça-feira, 22 de março de 2011

Não tem B A BÀ, ou é amar ou amar

Mulheres, libertai-vos da ideia de que ser mãe segue uma receita, um manual, um passo a passo.
Ouvi de uma amiga a quem eu tenho muita estima a seguinte frase: Pronto, namorei, noivei, casei e agora vou dar um filho ao meu marido, ciclo completo.
Pasmei, ela tem hoje aos 34 anos de idade a postura que eu imaginava ser correta aos 6 anos de idade, a de achar que para ser mãe precisa ter uma sequência, seguir um manual.
Acompanhei a gestação dela, pasmei diversas vezes com as severas criticas e reclamações que ela fazia ao fato de ser mulher e ter que ela engravidar e não o marido, que ele é quem devia ter todo o trabalho, e quando o bebê nasceu e eu fui visitá-los, no primeiro dia de vida do pequeno, já foi obrigado a ouvir da mãe: já nasceu dando trabalho esse moleque, deveria ter sido o pai dele a dar a luz, se eu soubesse que ia doer tanto nem tinha deixado acontecer.
Me chamou a atenção na frase só o final: DEIXADO ACONTECER!
Mães, que eu conheça ou não, um filho não pode acontecer, simplesmente acontecer, ele tem que ser desejado, amado desde o instante em que ele é sonho, projeto de vida, projeto de amor.
Muitos andam acontecendo, e depois que nascem andam apanhando, ouvindo desabafos desnecessários de mulheres e homens que se frustram quando descobrem que ter um filho não é como brincar de boneca, que quando se cansa é só colocar de volta na prateleira.
As crianças que acontecem dão o mesmo trabalho que as crianças desejadas, a diferença é que quem deixa acontecer, não consegue ter a mesma paciência que a pessoa que deseja.
Minha relação com o pai da minha filha não deu certo, porém, ela nunca me ouviu pronunciar qualquer frase que a culpasse por isso, ou que a colocasse como parte do fracasso da minha relação, ela foi o meu sonho, nasceu do meu amor, para o meu amor, com amor, e não importava o que estava acontecendo, eu queria com todo o meu coração aquela bebê que me encantava desde o instante em que aos meus olhos ela era apenas um resultado positivo no papel.
E foi assim com todos os meus filhos, amei, desejei, e amo. Meus dois primeiros filhos hoje são anjos, e permanecem amados.
Pais que deixam os filhos acontecerem e depois despejam sobre eles responsabilidade que não as pertence,cria crianças frustradas, culpadas, traumatizadas. E por fim, acabam resolvendo tudo na base dos gritos, reclamações, palmadas, e as vezes palmadas severas.
Pais, mães, o amor educa de uma forma mais fácil, mais eficaz e duradoura, para os dois lados.
Não deixem seus filhos acontecerem para depois culpá-los pelo fracasso no relacionamento, pela falta de tempo para ir na balada, pelo stress, desejem, amem a idéia, e depois engravidem, garanto, o resultado é extraordinário.
Chegar em casa cansados do trabalhos é um fato, mas o filho não tem responsabilidade nisso, precisa de atenção, carinho, dedicação. Se alguem me acordar as 6 da manha acordo uma fera, se a minha filha acordar as 4 da manha me chamar e pedir pra brincar, levanto, brinco, satisfaço o desejo dela e depois dormimos as duas, ate a hora dela ir pra creche, e sem demagogia, faço com prazer, porque nada vale o brilho no olhar dela, e muito menos tem algo q seu compare quando ela olha pra mim e diz: mamãe, te amo, você mora no coração da mim, isso me faz ganhar o dia.
Porém, ela só aprendeu a ser carinhosa porque é carinho e amor que ela recebe diariamente de mim. Quando estou brava com algo, stressada, cansada do trabalho, e na minha filha que me refugio, brinco, canto, danço, deito pra assistir desenho, e com isso, solidifico minha relação de amor com ela.
Pais, por favor, não deixem acontecer, amem, desejem, planejem, comemorem.
Nossos pequenos merecem!

5 comentários:

  1. Ai Fer... Que lindo!!!
    Adorei a idéia do blog e o seu texto me emocionou, de verdade!

    Você é uma mãezona! Mãe feita de amor... Seus olhos, seus gestos... Tudo em vc exala esse amor pela nossa pequena... É lindo de ver e de ler também! =)

    Beijos...

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  2. Re, sem brincadeiras, depois que tive a Vitoria fiz amizade com várias mãezinhas, depois fui trabalhar na pediatria do hospital e esse contato aumentou, nesse tempo tenho presenciado cada coisa, desde mães que batem nso filhos internados, a mães que estão o tempo todo reclamando ou lamentando a existencia dos filhos.
    As familias andam muito sem paciencia com as crianças, recorrendo a tapas e safanões por qq motivo, ai foi brotando uma vontade de falar sobre o assunto, ouvir sobre o assunto, conversar sobre o assunto, e mostrar minha visão de maternidade.
    Obrigada pela visita e espero q continue gostando do q o blog se propõe.
    Bjuss

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  3. oiiiiii
    efinitivamente amei a proposta do blog,
    ser mae e muito mais que parrir, eu que o diga casei cedo e fui mae ceo, mas jamais admiti falar nada da minha forma de educar o meu pequeno, e eu o amei dese que era um projeto de uma menina espevitada que queria ser mae, pois e tenho uma vida super corrida pois faço faculdade integral, e meu menino ica na creche, mas o tempo que temos e nosso.
    meu ilho nao foi acontecido, ele e uma bençao de deus, e eu sou coruja...
    seguindo viu, parabens pela qualiade do texto

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  4. OI Miny
    Obrigada, costumo dizer as minhas amigas que no meu caso mais do que eu ter dado vida a minha filha, foi minha filha quem me devolveu a vida.
    hj tb tenho pouquissimo tempo para estar com ela, mas faço do pouco a qualidade do muito.
    Sou mãe de 3 filhos, dois anjos, e da pequena Vitoria, desejei os 3, sonhei, planejei, desejei, e Deus resolveu atender a força do meu desejo.
    Temos que ser coruja, pois somos abençoadas.
    obrigada pela visita

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  5. Olá Fernanda!
    Sou a Flávia, cunhada da Renatha, irmã do Le. Descobri seu blog por acaso, no Menina Curiosa, que eu adoro.
    Eu simplesmente amei esse texto...é de sua autoria mesmo? Se vc permitir, gostaria de imprimi-lo e levá-lo para a escola onde trabalho, a fim de que todos os professores possam lê-lo. Coisa boa deve ser compartilhada, espalhada, divulgada, discutida.
    Espero sua resposta então ok?! Sucesso para vc em seu blog lindo!

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