domingo, 4 de setembro de 2011

A difícil arte de ser Mãe solteira

mae-barriga-de-mulher-gravida-aparece-feto-fundoQuando uma mulher resolve ser mãe solteira, e pior, quando ela não resolve, mas resolvem por ela, a dúvida que paira é: será que vou dar conta?
As minhas duas primeiras gestações já foram solitárias, apesar de neste momento da minha vida o pai da minha filha ser a pessoa com quem eu dividia os meus dias, já era este o ensaio para a vida de uma mãe solteira. E talvez tenha sido isso que tenha me dado firmeza para enfrentar a minha terceira gestação (esta sim individual, conscientemente e por escolha).
Quando minha filha estava linda e protegida na barriga, a minha preocupação limitava-se a, será que desta vez vai dar certo? A  enxoval e a ter certeza que eu saberia que hora alimentar, que hora trocar, que hora o choro seria de dor…isso norteava os meus pensamentos.
Mas foi no dia em que minha filha nasceu que meus fantasmas se multiplicarão. Um ser minúsculo, frágil, que nascera antes da hora, e por isso necessitava de uma atenção redobrada, cujo intestino era a parte do corpo que ainda faltava mostrar que sabia funcionar sozinho…entrei em pânico após 24 horas de vida da pequena e ela só fazia xixi, nada do numero 2 e a pediatra dizendo que sem o nº 2 nada de alta, e ela chorando por conta de cólicas intermináveis…e eu muito afim de pedir socorro.
Foi ai que a ficha caiu de vez, pedir socorro a quem? Mamis, falecida, Vovó, com 99 anos e morando longe, em casa, eu e eu, foi ai que abracei de vez a minha escolha, peguei filhota chorando horrores por conta da cólica, olhei para aquela miniatura de mim, e disse, filhota, 3 da manhã, só estamos eu e você, ah, e algumas enfermeiras no corredor…bem animadas falando sobre o bumbum de um médico mega bonito que havia estado por ali durante o dia...(maldade interromper o papo delas pra me ajudarem com a criança se acabando de chorar, não é?), pois não interrompi, parei, respirei fundo e comecei a buscar na mente tudo o que eu havia lido por sete meses, sobre dores, cólicas, choros,peguei minha gatinha, coloquei deitada de bruços sobre mim, e instintivamente minha mente criou uma musica, que acreditem, até hoje, com ela no alto de seus 2 anos e 5 meses se acalma ao ouvir, resultado: filhota dormiu gostoso sobre a mamãe, e passou a dormir assim, até o dia em que resolveu que ali já não era mais legal de dormir.
Mas quem dera se a única preocupação de uma mamis que também é papis fosse filhota com cólicas.
Vieram os dentes, os tombos, as noites acordadas ao lado do berço com um termômetro e um antitérmico na mão, as inúmeras tentativas de descobrir o porque do choro insistente…que não era cólica, não era fome, não era manha, era dor…mas dor de que?
Chegou a época da creche, e veio o medo da pequena pedir explicações do porque o pai não estava ali presente, e ela quis saber, um dia do nada: mamãe, cadê meu pai, ele não mora aqui?
R: Seu pai mora lá na casinha dele, na nossa casinha só moram nós duas, princesas lindas.
Depois disso, dormiu um dia na casa do pai, e nunca mais perguntas sobre cadê meu pai, ou porque ele não esta aqui.
Surpresa maior veio na festa do dia dos pais, quando pequena me pergunta, o meu pai não vem, e eu digo que não pois ele esta trabalhando, e ela me olha diz, mas você veio mamãe, eu te amo mamãe (ops, quem é a criança que não entende as coisas aqui?).
Depois disso, o fantasma que me perseguia foi embora, eu me achava a pior das mães pois havia privado minha filha do convívio familiar tradicional, pai, mãe, todos juntos, e na realidade, privei minha filha de um ambiente bagunçado, de traição e brigas, de leviandade e indisciplina.
Ser mãe solteira, dá medo, sozinha somos responsáveis por formar a personalidade de alguém, afinal, nossos filhos se espelharão no que ensinarmos a eles pra se formarem cidadãos, e como é grande o medo de errar.
Mas depois de observar a minha pequena, com dois anos e cinco meses, pedindo licença, por favor, obrigada e desculpa quando nota que errou, quando observo o carinho com o qual ela trata as pessoas, cheguei a conclusão que ser mãe, seja solteira ou não, é errar e acertar, dá trabalho, tem momentos de prazer e de preocupação, pode dar certo ou não, mas só saberemos depois de nos entregarmos com amor a dadivosa tarefa de ser mãe.
Ser mãe solteira não pode ser visto como uma vergonha, mas como uma batalha, onde o único prêmio que nos interessa é a vitória, ou seja, é vermos nosso filhos bem, saudáveis, educados, generosos, amorosos, cidadãos de bem.
A todas as mães solteiras, meu sincero carinho, e não desistam, se errarem, recomecem, consertam, e não se permitam a criticas vazias, somos vencedoras só por não termos desistido dessa missão!

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