quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O constante aprendizado de mãe de anjo

E por mais que se siga uma religião que te explica e te ensina a enxergar a morte com os olhos do entendimento e não com a imaturidade da dor, existem momentos em que paramos e rebobinamos a fita e tentamos lembrar de algum detalhe que justifique termos que assistir a um filho, no meu caso a dois filhos, desencarnarem tão cedo.
A sensação de ilusão, como se a gestação fosse a vida me iludindo a respeito de algo que eu viveria, e que no momento onde deveria ocorrer o ápice da alegria pela realização daquele momento, acontece exatamente o inverso.
São 42 semanas de espera e planejamento, expectativas, e a sensação de frustração é imensa.
|E de quem é a culpa? Pensamento imediato, encontrar um responsável.
Mas há culpado?
Hoje com clareza de pensamento e leveza de coração, entendo que não tem houve culpa e tão pouco culpado, o que houve foi apenas a conclusão de um ciclo de vida de duas almas que estavam já no final de seus aprendizados.
Porque o desencarne nada mais é que a colação de grau nossa diante da vida, é quando as lições e missões que aqui viemos cumprir já foram concluídas, e somo chamados a um outro plano para iniciarmos as lições que temos que cumprir lá.
E assim o tempo foi passando, e a compreensão a respeito da morte de meus filhos foi se solidificando, e o pesar deu lugar para um entendimento da importância que foi ser o abrigo deles por 42 semanas.
Meu coração de mãe lembrará sempre das duas pessoinhas que me tornaram mãe, ora com sorriso no rosto pelo breve tempo que vivemos juntos, e ora com dor no coração por não ter tido mais tempo  para vivermos o imenso amor que tinha para oferecer, mas sou grata a Deus que foi moldando meu coração e me fazendo entender que vindas e partidas são necessárias para que os ciclos se completem.
Aos meus filhos anjos, o meu amor e minhas orações sempre.

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